segunda-feira, julho 09, 2007

Marcha Orgulho LGBT 2007

Enquanto não posso fazer nada mais profissional perante situações de discriminação sexual, enquanto não posso realmente intervir directamente na vida das pessoas, vou fazendo o que posso. E isso é dar a cara, mostrar o meu apoio nesta causa, participar na marcha organizada como forma de manifestação tendo em conta que o ano 2007 é o ano para a Igualdade de Oportunidades. Sendo a segunda marcha em que participo, esta contou com muito menos gente e menos agitação. A organização estava melhor, foi bastante colorida e os cartazes tornaram-se mais visíveis este ano. E mesmo a reacção das pessoas exteriores à marcha foi melhor, com as já habituais paragens e bocas abertas, mas pelo menos não tivemos confrontos e insultos directos. Faz-se o que se pode, mesmo que não seja muito. Seguem-se imagens da marcha deste ano, nem todas tiradas por mim. Para lerem o manifesto desta marcha, acedam a http://marcha.orgulhoporto.org/manifesto/.






sábado, julho 07, 2007

Contributos desta disciplina para a minha formação pessoal

Fazendo uma análise retrospectiva do que foi este ano a nível desta disciplina, existem diversos pontos a focar.

Achei todos os temas do primeiro semestre extremamente pertinentes para o nosso campo de acção, pois são temas actuais e importantes numa sociedade como a nossa em que os problemas ambientais abundam, em que os media são das mais poderosas formas de comunicação e influência das massas, em que questões sexuais estão na ordem do dia e em que a procura de uma identidade (ligada à vocação) é cada vez mais sentida e precisa.
O trabalho de pesquisa de projectos relacionados com as quatro temáticas foi bastante positivo, pois permitiu-nos ter uma outra perspectiva, mais prática, sobre a aplicação destes temas aos contextos de trabalho. No entanto, confesso que se tivesse havido mais coordenação entre os dois semestres nos poderia ter possibilitado uma melhor análise destes mesmos projectos, construindo uma reflexão mais crítica sobre a sua aplicação prática.
Quanto ao segundo semestre, como já referi no comentário aos resultados da Frequência e como já falei com a Professora Isabel Menezes, algo falhou. Não questiono a importância da matéria abordada, pois acho que foi a primeira disciplina em que de facto aprendemos a fazer alguma coisa que nos possa ajudar no futuro. No entanto, talvez pelo facto da matéria ser demasiadamente extensa e estar distribuída apenas por um semestre condicionou a nossa implicação na disciplina. Pouco trabalho e motivação da nossa parte levaram a que muita da potencialidade da matéria se perdesse.

Isso não quer dizer, no entanto, que não tenha contribuído para a nossa formação. Pessoalmente, apesar de ainda me sentir um pouco confusa relativamente a algumas das temáticas, acho que me possibilitou outra visão sobre as práticas realizadas neste campo.
Com muita pena minha, não consegui alcançar os objectivos a que me propus no início deste ano. Comecei o ano cheia de intenções e motivação, mas acabei por me perder algures no meio do ano. Não percebo o que se passou, pois acho que sou capaz de mais, todos nós somos capazes de mais, mas não nos esforçamos aquilo que devíamos. Não o digo só relativamente a esta disciplina, mas também perante as outras.

Contudo, continuo a afirmar que este foi o ano em que mais consegui estabelecer uma ligação entre as diversas disciplinas, utilizando contributos de umas para outras e vice-versa. Por isso, acho que posso afirmar que em termos de formação este foi o ano em que finalmente ficou mais presente aquilo que andamos aqui a fazer, em que conseguimos finalmente estabelecer um elo de ligação entre o que foi dado nos outros anos e quais os seus objectivos.

Perante isto, apenas me posso propor a um maior empenho da minha parte no próximo ano, mesmo sabendo que a experiência na Instituição não foi das melhores este ano. Assim, espero não decepcionar os professores nem o curso que estou a representar.

quarta-feira, junho 20, 2007

Crimes de Ódio

É verdade que crimes de ódio relacionados com a orientação sexual de cada um ainda ocorrem nos dias de hoje. E é extremamente revoltante sabê-lo e não poder fazer nada contra isso. É claro que existem muitos outros crimes que nos revoltam e sobre os quais nos sentimos impotentes para agir, mas este atinge-me particularmente e devo confessar que nem sei exactamente o motivo.

A verdade é que ao ver este vídeo me recordei do projecto que lemos na aula, do Mpowerment Project, o qual fala sobre um projecto comunitário com jovens homossexuais e bissexuais tendo em vista a prevenção da Sida. Este é um projecto que pretende envolver a comunidade homossexual num conjunto de actividades (numa espécie de associação) com o objectivo de espalhar a mensagem de sexo seguro. De facto, a intervenção é feita deles para eles, tendo o formador um papel apenas inicial de apoio e suporte, sabendo desde à partida que terá de sair da intervenção a partir do momento em que os formandos se autonomizarem.

A meu ver, este projecto dirige-se ao desenvolvimento de uma comunidade homossexual através da mudança de comportamentos sexuais. Isto partindo do princípio que as relações sexuais sem protecção são das causas mais prováveis para uma infecção pelo vírus da SIDA. No entanto, pergunto-me se não haverá ainda um certo estereótipo relativamente à homossexualidade e à questão da SIDA pois a verdade é que os homossexuais passaram do grupo de risco maioritário para uma situação em que a existência de SIDA nesta comunidade diminuiu bastante em comparação com os aumentos brutais noutras camadas heterossexuais. E isto faz-me perguntar qual o papel desta intervenção realmente na vida daquela comunidade. Se calhar, se partissemos das próprias necessidades daquela comunidade, procurando ouvi-los antes de iniciar um projecto previamente pensado e aplicado, talvez fosse mais produtivo e formativo para todos. Até porque os crimes de ódio, tendo em conta o vídeo, são também um factor bastante importante para aquela comunidade. Os homossexuais são frequentemente julgados pela sua orientação sexual e é preciso trabalhar nisso, não apenas na comunidade homossexual (que perante esse julgamento social se fecha e defende do perigo) mas também noutras comunidades, promovendo a aceitação ou, no mínimo, o não-recurso à violência.

Tenho consciência que a minha legitimidade para afirmar isto é relativa, pois apenas se trata da opinião de uma cidadã preocupada, mas a verdade é que considero que não nos devemos ficar apenas por um projecto, aproveitando a pluralidade de opções que temos ao nosso dispor para potenciar uma sociedade em que todos nos sintamos melhor. Assim, se todos trabalhassem em conjunto, talvez se conseguissem melhores resultados, apesar de concordar que um projecto feito pela comunidade em que eles se implicam e aplicam é bastante prometedor quanto à sua eficácia (desde que possuam o devido suporte e apoio).

terça-feira, junho 19, 2007

Reacções às notas da segunda frequência

Auto-avaliação do segundo semestre:

De facto, este semestre na área não correu pelo melhor. Muita da culpa (se é que há culpa a atribuir) foi da nossa parte, que não participamos como devíamos muito provavelmente. Ao longo das aulas, fomos constantemente ignorando os conselhos da professora para lermos os textos que ela disponibilizava, de forma a podermos construir uma perspectiva crítica das diversas estratégias de intervenção. Devo confessar que li alguns apenas. E que não consegui construir assim uma perspectiva tão crítica quanto isso. De facto, lembro-me da professora dizer "Se vos soar bem, leiam outra vez" e de ter ficado extremamente preocupada. É verdade que o estudo mais "teórico" sobre as várias estratégias ajudou. Ao estudar para a frequência já consegui perceber mais ou menos isso da avaliação de projectos. Mas... Ainda assim acho que estou um pouco perdida. É verdade que aprendemos muita coisa, mas... Terá sido demais para o meu cérebro? Confesso que na frequência, as últimas duas perguntas tive de inventar um bocado, porque juro que não me recordo de termos falado da mediação. E mesmo da consultadoria, pouca coisa li. Como foi da última parte da matéria e tive tanta coisa para fazer... Engraçado como passamos os 4 anos do curso a criticar a avaliação sumativa e no entanto é mesmo isso que se faz. No final do ano, quando já todos estão cansados e sem cabeça para estudar, é que decidem que temos de fazer trabalhos, sínteses e frequências. É impossível. Sugeria que se fossem fazendo mini-testes ao longo do ano, porque com exame final (mesmo a valer 60% ou menos) é demasiado exaustivo e é óbvio que se perde muitas das potencialidades que os mini-testes ou trabalhos poderiam favorecer.


Honestamente, não sei o que falhou na frequência. Não faço ideia se vale a pena fazer melhoria. A minha única preocupação neste momento é tentar fazer um trabalho minimamente decente, para compensar... Porque, estou completamente às aranhas quanto ao que fiz errado ou certo. Seria interessante se a professora pudesse encontrar-se connosco para esclarecer essas dúvidas. Pensando bem, se houver hipótese, vou tentar falar com ela.


Incrível como nem lendo a bibliografia quase toda e mais extras lá cheguei. Já há algum tempo que não me lembrava de tirar uma nota tão baixa. Mas em vez de alívio por ter passado sinto frustração por não ter conseguido mais. É essa a sensação que tenho, não só a esta cadeira. Pergunto-me qual será o problema.

quinta-feira, março 15, 2007

Conhecendo Serralves...



Um conjunto de imagens que mostram o espaço de Serralves e algumas das actividades desenvolvidas.

quarta-feira, março 14, 2007

Registo filmado da primeira visita a Serralves



Pedimos desculpa pela pouca qualidade quer de som como de imagem (e das próprias falas).

sábado, março 03, 2007

"Procurando uma Cidadania Sexual e de Género: Acção Política e Reflexões em torno das Discriminações Sexuais"


No dia 1 de Março de 1007, a FPCE-UP acolheu o seminário “Procurando uma Cidadania Sexual e de Género: Acção Política e Reflexões em torno das Discriminações Sexuais”. Apesar de organizado no âmbito da Pós-Graduação em Psicologia Política, a entrada era livre a todos os que quisessem participar.

O programa consistiu em:
- Percursos e estratégias do Movimento Gay: o colectivo e o sujeito no espaço da cidadania;
- A discriminação social como enfoque de reflexões teóricas e de estudos em Portugal: factos, modos de violência, projecto do Observatório da Homofobia;
- Movimento associativo, acção directa e empoderamento pessoal: questionar as identidades e agir para a redução da violência e da discriminação social;
- O género como base da acção colectiva: que entendimentos e que caminhos de acção?

Como moderador, contávamos com Nuno Santos Carneiro, Psicólogo, e com Sérgio Vitorino, jornalista e activista gay, como orador.

Após um grande atraso por parte de Sérgio Vitorino (que vinha de Lisboa), este começou então a sua exposição.

Começou por nos fornecer uma breve contextualização histórica, sobre a luta dos homossexuais pela igualdade de direitos. Um dos aspectos que referiu foi de que as realidades são desiguais e que cada país, cada região avança a seu ritmo. De facto, Portugal optou pelo modelo dos EUA, de luta através de manifestações em que os homossexuais se defendem enquanto pessoas iguais a tantas outras. O que não quer dizer que seja adequado à nossa realidade.


O período fascista que vivemos marcou muito a história dos movimentos gays, pois a homossexualidade era considerada crime. De facto, grande parte dos homossexuais que viveram naquela época continuam a ter medo de se manifestar, preferindo viver escondidos e em paz, do que se mostrar e viver com as consequências.


Muitos dos movimentos também surgiram através dos movimentos de luta feminista, que potenciaram a luta pela diferença, pelos direitos de todos. Mas a homossexualidade continua a ser vista muito ligada a doenças e a drogas, provocando descriminação por parte das outras pessoas.


De facto, a diferença geracional entre grupos homossexuais é marcante. Enquanto que os que viveram no período fascista se preferem esconder, os homossexuais mais recentes, mais jovens, formam vários grupos. No entanto, a maioria pensa que os movimentos que se formam têm bastante gente e que não precisam do seu contributo, o que não é verdade. E uma outra falha é o facto de quando foram formados, os transsexuais nem sequer terem sido integrados nestes movimentos, considerando que estão ainda em pior situação que os homossexuais, pois nem reconhecidos pela lei são. É, por isso, necessária a contribuição por parte de todos para que os movimentos cresçam e possam dar frutos.


Nos últimos anos, com o maior reconhecimento dos homossexuais e a sua aquisição de direitos, as demonstrações de homofobia também foram aumentando.


Na verdade, defende que as mulheres são vítimas de violência não só por motivos homofóbicos mas também por questões de género. A homossexualidade invadiu o mercado, sendo comercializada e permitindo uma maior visibilidade. No entanto, isto também pode ser negativo porque se baseia no consumo e não nas experiências de vida das pessoas.


Tivemos de sair mais cedo com muita pena da nossa parte mas, no fundo, a ideia com que ficamos foi que ainda há muito a fazer neste campo e que a mudança de mentalidade das pessoas é urgente. É necessário mudar a lei, actuar junto das pessoas. Tendo em conta o nosso campo de trabalho, considero importante fazer algo em relação a este assunto. Procurar ouvir as pessoas, saber o que querem de facto e aquilo que é possível fazer por elas, com elas. Sempre a trabalhar com elas, procurar incluir as pessoas nestes movimentos associativos que tentam procurar soluções para a sua comunidade.

Assim, e tendo em conta a nossa área mais especificamente, através da educação sexual nas escolas e noutros campos também pode ser uma das formas para conseguir alcançar esses mesmos objectivos junto de outras comunidades, para prevenir a homofobia, entre outros.

Para mais informações sobre um do movimentos que procura dar destaque a estas problemáticas, do qual Sérgio Vitorino faz parte, consultar
http://www.panterasrosa.com/
http://panterasrosa.blogspot.com/